Falemos sobre Arte Povera, a exposição Energy and Process da Tate Modern, Richard Serra e Pino Pascali.

De onde vem este termo?

O termo ‘Arte Povera’ significa, literalmente, arte pobre e foi introduzido pelo crítico de arte italiano Germao Celant no final dos anos 60. A utilização de materiais considerados pobres (como terra, farrapos, jornais, madeira ou cordas) pretendia desafiar os standards do sistema comercial das galerias de arte contemporâneas. Através da escultura, assemblage, instalação e performance, este movimento também realça o conflito entre o natural e os materiais feitos pelo Homem.

Tate Modern, #EnergyandProcess

Tivemos oportunidade de visitar a exposição ‘Energy and Process’ na Tate Modern, com foco na Arte Povera. Esta mostra tem como objetivo explorar o interesse do artista na transformação e nas forças naturais. Uma das salas principais está exclusivamente destinada à mostra de escultura feita com materiais do dia-a-dia, explorando a ideia de alteração do estado físico das coisas, no lugar de representação da realidade.

Sculpture room, 'Energy and Process' exhibition at Tate Modern

Exposição ‘Energy and Process’ @ Tate Modern

As restantes salas mostram uma primeira abordagem à utilização de objetos comuns e atividades vulgares com um propósito artístico, não esquecendo perspetivas já mais recentes que incluem a fotografia, o filme e a instalação.

Artistas em foco

Richard Serra

Escultor norte-americano, é considerado um dos artistas mais importantes do pós-guerra. Recentemente tem feito trabalhos de grande escala em aço, mas já realizou obras com diferentes tipos de materiais industriais como borracha ou lâmpadas. O Trip Hammer de Richard Serra está carregado de uma imponente presença material. As placas de aço estão equilibradas e não fixas. Com uma proporção cuidada, combinam a simplicidade clássica com sensações como a energia, nervosismo e tensão.

Trip Hammer Richard Serra

Trip Hammer, Richard Serra

Pino Pascali

Artista italiano nascido em 1935, trabalhou como designer durante muitos anos antes da sua primeira exposição a solo, em 1965, na Galeria La Tartaruga. Em 1968, morreu num acidente de mota, apenas com 32 anos. O seu trabalho também é considerado um importante contributo para a arte do pós-guerra. A sua obra ‘Trap’, que relembra as armadilhas em corda utilizadas para a caça de animais na selva, é feita de palha de aço entrelaçada.

Trap Pino Pascali

Trap, Pino Pascali

Prova de que a arte pode materializar-se a partir dos materiais mais insólitos, a exposição ‘Energy and Process’ é sem dúvida alguma uma mostra representativa deste movimento de arte moderna, que tinha o intuito de reduzir as barreiras entre a Arte e o quotidiano das sociedades.

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