O título da série Deixemo-los onde os encontramos, foi tomado de empréstimo do livro Le concept d’ambiance, de B. Bégout. Como refere o filósofo, procura-se deixar surgir os fenómenos na sua integridade, não admitindo rejeição nem junção. Das ambiências ausculta-se o que elas têm a dizer, a parti...
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O título da série Deixemo-los onde os encontramos, foi tomado de empréstimo do livro Le concept d’ambiance, de B. Bégout. Como refere o filósofo, procura-se deixar surgir os fenómenos na sua integridade, não admitindo rejeição nem junção. Das ambiências ausculta-se o que elas têm a dizer, a partir da sua situação seminal, num voltar ao lugar original da sua manifestação. Uma cisterna subterrânea e uma serra com receptáculos de água ocultos tomam-se como pontos de partida. Estas obras insistem na ideia de que as fronteiras entre as coisas não são fixas, são pelo contrário, intersticiais na sua essência (como a pele do corpo) como refere E. S. Casey. Estas pinturas procuram mostrar aquilo que se pode esconder sob o solo, e ainda revelar facetas invisíveis do que vemos acima da terra, mostrando estágios em latência da interligação entre os elementos de uma paisagem, um rio sereno, um mar violento, algumas escarpas e um céu, que parecem feitos da mesma trama.
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