Há uma vontade constante de retratar todas as representações que nascem quer do recorte de luz incidente num objecto quer por entre coisas; de sombras que ocorrem pela posição especifica de uma matéria ou de reflexos que vemos nas águas, vidro, janelas e espelhos que surgem da mudança de direção da energia. São como desenhos no espaço, ainda que acreditando na subjectividade da experiência artística. 
O interesse recai na forma controlada onde a luz incide (essa luz que, na sua intensidade brutal, é de um enorme rigor), proveniente da moldura que a sombra produz. Esta não é apenas uma tentativa de representar algo que podemos ter acesso na rua, mas sim de lhe conferir valor: estético e artístico.
Esta série fotográfica surge então de um estado de viagem permanente e da observação cuidada e contínua do quotidiano, numa procura incessante por novos desenhos, novas geometrias, novos jogos de luz/sombra.