“Redoma de vidro” faz parte do projeto “Sobre a Pele”, que parte de uma pesquisa sobre a importância da marca física presente no corpo, resultado de intervenção estética, acidente ou malformação, e do impacto psicológico que esta poderá ter.
Esta temática, é resultante de um contexto autobiográfico, onde a pintura aliada ao têxtil, tem sido o contexto onde a artista reflete sobre a importância da pele e de um corpo marcado como caracter de narrativa de vida. A pele, enquanto órgão maior do corpo humano, é registo de todo o tipo de marcas, umas mais visíveis que outras, com maior ou menor impacto físico ou psicológico, mas todas essenciais na formação da nossa própria identidade e definição estética.
Num questionamento autobiográfico, tratando dilemas internos e intrapsíquicos, esta obra representa a fragilidade e a proteção, onde a artista se autorrepresenta dentro de uma redoma de vidro. A pintura é desenvolvida ainda sobre um tecido de napa sintética, que pela sua textura remete para a ideia da pele do corpo humano. Esta napa reveste a base da tela, uma grade em madeira e MDF.
É de referir artistas como Michael Borremans, pelo caracter de estranheza em algumas das suas representações, Frida Kahlo que transfere para as suas pinturas narrativas de cariz autobiográfico ou a ‘contadora de histórias’ Paula Rego, como principais influências artísticas.