A obra resulta de um projecto que tem como principal referente a paisagem da Beira Baixa. Mais do que explorar enquadramentos paisagísticos considerados “belos”, arrisquei abordar especificamente a rocha: formações naturais de xisto (geomonumentos) e pedras isoladas resultantes da intervenção humana. Captar estes contrastes e texturas nas pedras é um olhar que vem da minha infância e inspira a paleta cromática que uso.
Nesta pintura jogo com a duplicidade da rocha: um aparente obstáculo que se transfigura em montanha – símbolo de ascensão espiritual – quando observado noutra escala e de uma nova perspectiva. As tonalidades azuladas da noite desmaterializam essa forma monumental e elevam-na ao plano do sonho.