“Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos se a
tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.”
Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares

Nesta obra, pretendo transmitir a beleza da imperfeição.
Vivemos num mundo mecânico que ambiciona a perfeição, no qual, qualquer
imperfeição é imediatamente apontada.
A dualidade com que o indivíduo se depara na tentativa de se integrar nesse
mecanismo, mantendo a sua integridade e as suas falhas, a sua humanidade, é
representada nesta tela através das formas geométricas (nem todas completas
ou perfeitas) e da tinta metálica.
São as nossas imperfeições que nos distinguem, que nos tornam únicos e que
nos permitem sobressair numa sociedade mecanizada, representada por modelos
aparentemente perfeitos e padronizados.