Lauren Maganete nasceu em Bragança em 1970 e estudou no Porto, licenciando-se em Gestão e Administração de Empresas. É fotógrafa oficial da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia desde 2009. Tem trabalhos publicados em diversas revistas e jornais, nacionais e internacionais. Participa regularmente em exposições individuais e coletivas, tendo já passado por Madrid, Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Coimbra e Águeda. Trabalha como fotógrafa freelancer, tendo vindo a colaborar com diversas instituições e empresas. A sua obra encontra-se em diversas coleções públicas e privadas. Em 2016 foi a grande vencedora do Mira Mobile Prize, promovido pelo Mira Fórum/Espaço Mira. Participou, como artista convidada, nas Bienais de Gaia de 2015 e 2017.

Lauren Maganete fotografa compulsivamente e no contexto da profunda amizade e cumplicidade que fomos desenvolvendo ao longo dos anos, a viagem, de norte a sul do país, foi o nosso espaço e tempo de abraços e sorrisos. A viagem, entretanto, foi emergindo como um dos grandes temas da sua fotografia artística, caracterizada pelos detalhes e pela atenção a pequenas frações de segundo que se distinguem na passagem do tempo. A relação espaço-tempo é a génese do seu quadro conceptual, consubstanciado pelo olhar rápido, mas lento, sobre o que a envolve.

No trabalho que Lauren Maganete tem desenvolvido nos últimos anos, a ideia de viagem, de multiculturalidade e de percurso individual na busca de um caminho, numa perspetiva poética e sensorial, está nesse intervalo entre a compulsão e o detalhe. A mostra que agora se apresenta é parte de uma exposição individual que a fotógrafa teve em Bragança, num regresso à sua terra natal e que se configurou como o passado e a memória escondida, simbolizada pela fuga para a frente, percurso sintomático de sucessivas gerações que escolhem outras voltas, outras paragens.

Agora, mais perto de casa, as suas fotografias interpelam outros públicos que com ela comungam a formação inicial na área da gestão. Curioso, não é? É antes uma certa carga cármica que atravessa o seu percurso artístico, pleno de reflexos e detalhes como as suas fotografias. Nas palavras da artista: “As fotografias guardam o movimento único de cada qual, ampliam idiossincrasias, perpetuam a ligação que é feita entre o que somos e o chão, passando assim a ser sempre o palco”.

Helena Mendes Pereira

curadora da shairart

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