"Ao encontro do buraco negro" é um projeto que representa a possibilidade de um buraco negro. Neste espaço, uma forma repete-se, reproduz-se até convergir. Neste ponto de acumulação de formas e de negro, o olhar é convidado, seduzido a querer entrar. Assim, esta imagem não quer evocar um fim, antes pelo contrário, ela quer ser penetrada, quer engolir e convidar a ver o que está para lá da superfície, o que está na continuidade da imagem, numa vontade insaciável em ver um possível fim. Num registo onde o traço, o risco marca o ritmo de cada elemento esférico, este traz em si uma expressividade movimentada. Reportamo-nos a um esculpir o tempo pela trama, pela espessura, pela densidade, pela forma, pela escala, pelo registo, pelo movimento, pela duração e por um esgotamento do corpo. Há todo uma expressão do pensar, do gesto, dos olhos, da mão que sobrepondo linhas que se acumulam, o ato de riscar dá carne ao desenho.