“O espaço do quadro é antes de tudo, um espaço do aparecer e da manifestação, e não um
espaço da representação.
É através do gesto, na experimentação do fazer, que procuro desvelar a forma que tende a aparecer ou a desaparecer.
Procuro captar a tendência da matéria, perceber a sua orientação, dirigi-la se necessário e registar as sucessivas variações para depois delas extrair nexos que levem a novas orientações e a novos registos.
É preciso direcionar, é preciso deixar ser a matéria/forma.
Desvelar o trabalho de formação da forma.
Não faz sentido falar de figuração/abstração, pois é seguido o movimento da matéria que se faz forma.
Se desse processo resultar uma forma mais ou menos referenciada será indiferente.
Deixar ser para que um qualquer mundo se torne visível.”