Pensando no autorretrato intimista, procura-se entender a perceção do corpo enquanto objeto capaz de pensar o mundo e aquilo que o rodeia, focando-se a descoberta de pontos do corpo que não são alvo de observação atenta.
O trabalho é guiado através de uma estética “naturalista” reveladora, capaz de proporcionar autoconhecimento. De facto, as obras produzidas vão ao encontro de “porções de realidade” ou possíveis representações pictóricas da perceção do corpo que procuram refletir sobre “estados interiores” de quem (se) pinta. Procura-se a negação - através dos fundos negros, contrapondo-se aos membros iluminados pintados - pretendendo-se anular questões de dimensão e perspetiva. O invisível é entendido como manifestação do visível, propondo-se a análise do autorretrato através de fenómenos de observação, perceção, reflexão, aproximação, fragmentação.