DIÁLOGO(S) COM UM UNIVERSONAUTA é um exercício curatorial de Helena Mendes Pereira que reúne obras de Volker Schnüttgen (n.1961) e Domingos Loureiro (n.1977).

Mais do que uma exposição, DIÁLOGO(S) COM UM UNIVERSONAUTA é um encontro e um exercício curatorial de contágio conceptual entre as produções artísticas de Volker Schnüttgen e Domingos Loureiro, entre as suas esculturas e pinturas (respetivamente). As ligações que estas trazem da natureza e as que estabelecem com um processo de pensamento sobre o Homem despertam o apelo da fuga para a frente, para o cosmos dos nossos delírios, voltando ao sonho de criança de sermos astronautas e podermos flutuar no universo enquanto observamos a vida na Terra com a distância dos sábios.

O nome da exposição parte de uma obra de arte de António Costa Pinheiro (1932-2015), percursor da integração de práticas conceptuais que marcaram a conjuntura de rutura artística de 1960/70. As palavras e a irreverência de Costa Pinheiro proporcionaram o mote para o casamento entre os dois artistas, que resulta na emergência da madeira-suporte da obra de arte e que combina as dimensões do vídeo e da performance, com a das possibilidade de pintura.

Em DIÁLOGO(S) COM UM UNIVERSONAUTA, Habitat de Volker Schnüttgen, artista que integra a coleção de obras de Arte do dstgroup, proporciona um cenário feito de objetos escultóricos de madeira de carvalho que vertem a identidade plástica de um artista que, desde 1993, escolheu Sintra como local de residência fixa. Cada escultura de Habitat tem um universo interior para ser descoberto pelo espetador, como se a respiração e a alma das árvores contivessem a senda dos nossos quereres e não quereres. Poderiam ser esculturas falantes ou a natureza a indagar, mas é antes a multidisciplinaridade da proposta artística que faz o objeto integrar um monitor e uma coluna que servem de palco virtual à dança. Além de Habitat, o escultor alemão apresenta um conjunto de peças da série Sete livros sobre a natureza de uma árvore produzidas no âmbito de uma residência artística nas Caldas da Rainha, em 2018.

Por sua vez, Domingos Loureiros apresenta quatro séries de trabalhos – Blind Lanscape, Landscape_Body_Landscape, Manmade Landscape e Building Utopia – e, ainda, a obra Visible, non visible landscape, que não sendo pertença de nenhuma das séries, cruza as fases Blind e Manmade Landscapes. As obras em exposição correspondem a uma visão antológica do seu percurso e são representativas das diversas fases da sua carreira, ainda que a maior parte das produções artísticas sejam resultado de criação recente ou recuperações de processos inacabados.

SOBRE OS ARTISTAS

Volker Schnüttgen (n.1961) nasceu em Attendorn, na Alemanha e licenciou-se em escultura e gravura pela Universidade de Artes de Bremen, em 1986. Desde então, já participou em inúmeras exposições coletivas e individuais, bem como em residências artísticas e simpósios numa geografia curricular da Alemanha a Portugal, passando por Espanha, França, Holanda, Noruega, Suécia, Irão ou Moçambique. Em 2008 concluiu o Mestrado em Arte Multimédia na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde viria a lecionar escultura entre 2010 e 2016.

Domingos Loureiro (n.1977) nasceu em Valongo e é doutor em Arte e Design pela Universidade do Porto. Acumula a sua atividade de artista visual com a de Professor Auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, no Departamento de Artes Plásticas – Pintura. Tem diversos cargos e funções associados à Academia e é autor e editor de diversos documentos científicos e académicos. Artista premiado, conta no seu currículo com exposições em diversos países tais como Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Itália, Irlanda, EUA, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá e Holanda.

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