“À Procura do Azul I” faz parte de uma série de seis pinturas: “Flores de Procura”.
O seu processo de produção regeu-se por uma atuação pautada pela não-aceitação do devir pictórico e por uma reação a ele. Recuperaram uma técnica anterior, a despintura, para o aniquilar e, daí, partir para uma reconstrução da pintura, elevando a recusa, através de uma cruz, latente na área total da tela, apenas visível nas áreas onde se manifestava, literalmente circunscrita, à condição de protagonista.
Seguindo um programa extremamente rígido, o processo e o seu ator sofreram um rasgo de emancipação, ao adotar com uma postura ludo-poética a razão de ser dos títulos das pinturas – que orientavam os procedimentos para o achamento da cor de base das telas, visto estas terem sido concebidas com várias camadas de cores primárias e, por fim, branco –, permitindo uma espécie de jogo arqueológico, por meio da dissolução da tinta, com o objetivo firmado, ele próprio a recompensa, de lhes dar sentido.