"Não sei se foi a pintura que descobriu Miguel Ruben de Mendel ou se foi o artista, o autor, que se descobriu e vem descobrindo nela. Facto é que estamos perante um autodidata de raro virtuosismo e de sagaz espiritualidade. A primeira coisa que nos seduz é a paleta: plena de l...
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"Não sei se foi a pintura que descobriu Miguel Ruben de Mendel ou se foi o artista, o autor, que se descobriu e vem descobrindo nela. Facto é que estamos perante um autodidata de raro virtuosismo e de sagaz espiritualidade. A primeira coisa que nos seduz é a paleta: plena de luz, de cores vibrantes, que se embala num dourado que é mancha e contorno. De caminho expressivo, claramente de tendência surrealizante, há nas suas composições um imaginário que itinera entre a temática do sagrado e a observação subconsciente, mas atenta, do quotidiano. O artista conta-nos histórias e descreve-nos visões, almas de inquietude e calma, por vezes, simultaneamente. Mas são as interpretações plurais que nos interpelam, como dizia Nietzsche (1844-1900), derivações dos significados que cada um cria a partir do seu campo lexical, neste caso, plástico e imagético."
Helena Mendes Pereira