"A Raquel Gralheiro será uma ironista que trabalha num certo limiar do gosto 
para problematizar a relação da arte com o decorativo. As suas telas, excessivas e 
provocadoras, são sempre o modo de representar a figura como elemento a contrastar 
com um sem número de padrões...
        
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                "A Raquel Gralheiro será uma ironista que trabalha num certo limiar do gosto 
para problematizar a relação da arte com o decorativo. As suas telas, excessivas e 
provocadoras, são sempre o modo de representar a figura como elemento a contrastar 
com um sem número de padrões, como alguém vivendo no papel de parede, na estampa 
do sofá, no cartaz. 
A ideia de excesso, pelo infinito dos pormenores e pela profusão cromática, é 
fulcral na interpretação do pendor crítico que caracteriza o que faz esta pintora. 
 Acaba por funcionar como uma crítica clara 
à objectificação do indivíduo, à objectificação da mulher, implicando-a directamente 
com a questão da pose superficial e do adorno. A mulher está muito para lá do 
expectável, está sob camadas e camadas de aculturação que a mascaram e criam um 
complexo significado no que ainda pode revelar de natural."
Valter Hugo Mãe