Quem não queria ser um bocadinho Peggy Guggenheim?
Nós começamos por confessar: temos uma pequena paixão por Peggy Guggenheim! Não é difícil perceber porquê, certo? Para além de representar o expoente máximo de emancipação feminina e liberdade, Peggy foi uma exímia colecionadora de arte, com um invejável toque de excentricidade.
Nascida em Nova Yorque, Peggy Guggenheim teve, desde sempre, uma estreita relação com as artes, não fosse ela sobrinha de Solomon R. Guggenheim, criador da fundação homónima de preservação e coleção de arte moderna e contemporânea.
Os primeiros anos do legado Guggenheim
O início da afirmação de Guggenheim no mundo artístico deu-se quando, em 1938, abriu uma galeria de arte moderna em Londres, apresentando, na primeira exposição, desenhos de Jean Cocteau. Este foi igualmente o momento em que Peggy começou a colecionar as suas primeiras obras de arte, com clara preferência por trabalhos abstratos e surrealistas. A galeria de arte acabou por ser um sucesso, muito graças à ajuda de amigos já influentes, como Marcel Duchamp – foi, aliás, o próprio quem lhe ensinou a diferença entre abstrato e surrealismo. Seguiram-se exposições de nomes como Kandinsky, Yves, Henry Moore, Alexander Calder e Raymond Duchamp-Villon.
Cansada do trabalho diário da galeria, Peggy Guggenheim decidiu que precisava de outro estímulo para dar continuidade ao seu gosto pela arte: em 1939, começou a planear a abertura de um Museu de Arte Moderna. A ideia de Peggy era incrível e completamente inalcançável para a maioria de nós: Comprar uma obra de arte por dia! Persistente no seu objetivo, este foi o momento em que a sua coleção ganhou obras de Picasso, Klee, Francis Picabia, Georges Braque, Wolfgang Paalen, Chagall, Magritte, Salvador Dalí e Piet Mondrian. Em 1942 Peggy Guggenheim abriu, finalmente, o seu ‘The Art of This Century Gallery’, em Nova Yorque, que era tido, na altura, como o mais inovador e estimulante local de arte contemporânea na cidade. Peggy e o seu espaço de exposição foram grandes impulsionadores do ‘Expressionismo Abstrato Americano’, o primeiro movimento artístico americano com verdadeiras repercussões internacionais, de onde constavam nomes como Pollock – que a própria Peggy subsidiava, com uma bolsa mensal, e cujo trabalho promovia e vendia. Em apenas sete anos, Peggy Guggenheim conseguiu reunir a sua coleção!
Primeira mostra na Europa
Em 1948, Peggy levou a sua coleção até à Bienal de Veneza, assinalando o primeiro momento de mostra na Europa de nomes como o seu protegido Pollock e Mark Rothko. Logo de seguida, comprou o Palazzo Venier dei Leoni, sobre o Grande Canal de Veneza, espaço que se tornou a sua residência e onde albergou parte das suas obras. A partir de 1951, Peggy passou a abrir a sua casa ao público, para que este pudesse visitar a sua coleção.
Peggy viveu o resto da sua vida no Palácio de Veneza, na companhia dos seus malogrados cães. Peggy referia constantemente que o seu dever era proteger a arte do seu tempo, dedicando a sua vida a esta mesma missão. A sua casa apresenta hoje, ao público, uma das melhores coleções de arte moderna.
Se, tal como a Peggy Guggenheim, é fã de trabalhos surrealistas e abstratos, conheça os trabalhos dos nossos artistas, nessas categorias, aqui.