A nossa identidade é indissociável dos lugares que habitamos, experimentamos ou nos quais construimos relações e memórias. Precisamos de um lugar para ficar, para guardar o que é nosso, para regressar e para reunir vivências e afectos. Desired Shelters parte da apropriação do Abrigo de Stevenson,...
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A nossa identidade é indissociável dos lugares que habitamos, experimentamos ou nos quais construimos relações e memórias. Precisamos de um lugar para ficar, para guardar o que é nosso, para regressar e para reunir vivências e afectos. Desired Shelters parte da apropriação do Abrigo de Stevenson, enquanto objecto presente num espaço de identidade transitória e desprovido da sua habitual funcionalidade, para uma série de representações que privilegiam a vertente arquitectónica potenciada pela sua forma de casa, bem como a particularidade de ser um objecto que pretende acolher e proteger algo. Apresenta-se, assim, um atlas ficcional de casas, abrigos e refúgios que guardam memórias e referências de um espaço particular e, em simultâneo, apelam ao nosso desejo de os habitar e experienciar. Existe a intenção de insinuar a presença de distintos contextos geográficos e paisagísticos onde os abrigos se instalam e protegem as memórias vulneráveis ao tempo, criando construções imaginárias e impossíveis, lugares inexistentes. Mesmo que tenhamos um lugar favorito, próprio e necessário, a possibilidade de habitarmos um refúgio distante e deslocado de tudo o que conhecemos transporta-nos para um imaginário desejado e um contexto vivencial alternativo.
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