Pintura monocromática sobre em suporte em madeira, num método primitivo e simplificado de figuração.
A ideia é a interpretação do conceito do hieróglifo egípcio Ka.
O Ka representa simbolicamente a alma, o espírito e consciência individual atribuída pelos deuses ao homem.
Acreditava-se que continuava vivo depois da morte humana se tivesse um recetáculo para habitar. Daí o processo de mumificação, comum na cultura egípcia, como preservação do lugar autóctone do mesmo.
Aqui, a representação, interpretativa, diferindo do hieróglifo, inclui um corpo, uma cabeça, enquanto representação da consciência, e uma marcação, como referência expressiva, no tórax, do seu coração, como nexo bi-referencial do qual se estabelece a definição do espírito e a presença da alma.
O suporte de madeira envelhecida e com marcas incisivas representa a noção vital do tempo e suas consequências próprias da existência, num capítulo ontológico.