Esta pequena miniautura move-se entre quadros figurativos e abstração. Eu tentei criar dinamismo, localizando o protagonista do quadro, uma pequena figura abandonada de um comboio de porcelana, no canto inferior direito, como se tentasse sair do enquadramento. O quadro foi pintado impulsivamente durante o confinamento e representa os meus sentimentos gerais: confusão, solidão, sair de proporção, pessimismo. É como um lembrete de que as pequenas coisas da vida são aquelas que importam e aquelas que fazem diferença. O motivo do comboio está pintado numa maneira que faz lembrar o pré-impressionismo (como Ensor e Munch), tal como o impressionismo.