A polidez é a origem das virtudes, a fidelidade o seu princípio e a prudência a sua condição.
É uma das quatro virtudes cardinais da Antiguidade e talvez a mais esquecida.
Virtude intelectual, explicava Aristóteles, na medida em que tem a ver com a verdade, com o conhecimento e com a razão. É a disposição que permite deliberar correctamente acerca do que é bom ou mau, não em si, mas no mundo tal como ele é, não em geral, mas nesta ou naquela situação e agir de acordo com isso. É o que se poderia chamar bom senso, mas ao serviço de uma boa vontade, ou inteligência, mas virtuosa.
A prudência condiciona todas as outras virtudes. Sem ela, nenhuma saberia o que é preciso fazer, nem como alcançar o fim ou bem, que visa.
A prudência é o que separa a acção do impulso. Trata-se de ter o maior prazer possível, de sofrer o menos possível, tendo em conta os constrangimentos e as incertezas do real, inteligentemente.