Existe sempre um confronto entre um ente dominador e um outro dominado e é precisamente desta tensão que nasce o desconforto. É com o olhar que se inicia a consciência de quem se é, e partir dela formamos a nossa identidade, é o outro que confirma a minha existência e me faz tomar consciência de ...
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Existe sempre um confronto entre um ente dominador e um outro dominado e é precisamente desta tensão que nasce o desconforto. É com o olhar que se inicia a consciência de quem se é, e partir dela formamos a nossa identidade, é o outro que confirma a minha existência e me faz tomar consciência de mim mesmo.
Mas será que o olhar continua a ser o ver, como observar? Como o centro de uma intersubjetividade que se dá numa primeira instância? Hoje o olhar encontra-se filtrado por um “ecrã de luz” onde o outro é cada vez mais visto e julgado como objecto onde se traça a fronteira do visível/invisível e do confronto/desconforto, alterando o próprio olhar. O ver de hoje é cego de distrações. Não é o observar que requer distância: tudo está velado, opaco. Há que transpor o véu para afastar a cegueira e encontrar o espelho da realidade autêntica através da restituição do olhar que medita.
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