Mercado da arte não escapou à segunda-feira negra

Numa segunda-feira digna de testar os nervos dos mercados financeiros, praticamente nenhum ativo escapou ao pânico criado pelos receios da desaceleração da economia chinesa. Até o mercado da arte, que habitualmente não tem grande movimentação no mês de Agosto, se viu ‘despertado’ à força, com vários colecionadores a tentar utilizar obras de arte para conseguir liquidez.

Os negociadores de arte foram assim chamados a intervir de urgência, como explica Asher Edelman, responsável da ArtAssure – uma empresa que presta consultoria e financiamento no mercado da arte – à Bloomberg. De acordo com Asher, alguns colecionadores procuravam empréstimos, dando obras de arte como garantia. Outros, queriam mesmo vender alguns trabalhos. O motivo era comum a todos: garantir liquidez.

Pouca emoção durante o mês de Agosto

Habitualmente, e até porque as galerias de arte costumam estar encerradas durante Agosto, não é costume haverem momentos particularmente relevantes no mercado artístico durante este mês. Mas esta situação tem-se vindo a alterar. Os mercados financeiros e a indústria da arte andam cada vez mais de mãos dadas, não só devido à valorização do preço das obras de arte (basta ver que os leilões de arte têm atingido recordes de valores de venda), como porque os próprios compradores começam  a ver as suas coleções como um investimento, que poderá vir a ser utilizado para futuros empréstimos, por exemplo.

No ano passado, o mercado da arte ultrapassou os valores alcançados antes da recessão económica, tendo gerado vendas de 51,2 mil milhões de euros. Segundo dados da European Fine Art Foundation, e em jeito de comparação, em 2007 não ultrapassou os 48 mil milhões.

“Quero investir, mas não em ações”

Ora, com a desvalorização de todos os mercados na passada segunda-feira, as consultoras do ramo artístico não tiveram mãos a medir. Curiosamente, e precisamente porque os empréstimos com recurso à arte se têm revelado cada vez mais tendência, os próprios bancos já limitam, algumas vezes, estes empréstimos.

Edelman confessou que alguns dos colecionadores que a procuraram na passada segunda-feira queriam saber quais as condições de troca de quadros de Andy Warhol ou de artefactos iranianos. Já Elizabeth Von Habsburg, do Winston Group, diz que a pergunta que mais lhe fizeram foi onde se pode investir dinheiro, para que este valorize, que não em ações. A resposta de Elizabeth foi bastante curiosa: “Em obras de arte com valor inferior a 100 mil dólares, de artistas a meio da carreira (…)”.

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