Dicas para investimento em arte
Os nomes Dorothy e Herbert Vogel dizem-te alguma coisa?
Este casal de americanos, muitas vezes conhecido como ‘Colecionador de Arte do Proletariado’, começou por adquirir pequenas obras de arte, de artistas emergentes [maioritariamente minimalistas] nos anos 60 e 70, a preços absolutamente irrisórios. Recusando-se a vender qualquer um dos trabalhos adquiridos, Dorothy e Herbert conseguiram compor uma coleção com cerca de 4800 obras de arte, que vale atualmente milhões de dólares! Desta incrível coleção fazem parte nomes bem conhecidos como Joseph Beuyes, Roy Lichtenstein ou Nam June Paik.
Que lição aprendemos com os Vogel? Que o investimento em artistas (ainda) emergentes poderá transformar-se numa bela aposta para o futuro!
Em tempos de crise, como os que se têm vivido nos últimos anos, está demonstrado que o investimento em arte pode ser uma boa forma de diversificar a carteira de investimentos, uma vez que este está menos susceptível à instabilidade dos mercados financeiros tradicionais. Ainda assim, é importante termos consciência que este não é um investimento aconselhado a quem tem grande pressa em retornos! O mesmo é dizer que, quando pensamos em investir em obras de arte, convém que gostemos, efetivamente, da peça, uma vez que, o mais provável é que tenhamos que a manter e olhar para ela durante algum tempo.
Curiosamente, a arte só começou a ser considerada como um investimento viável no início dos anos 80! Durante grande parte do século XX, eram poucos os indivíduos que olhavam para o mercado artístico como uma oportunidade de investimento realista, limitando-se a apreciar os méritos estéticos das obras. “Dividendo Estético” era o termo utilizado na época para descrever o prazer de ser detentor de uma obra de arte.
Os tempos mudaram, e as noções artísticas, felizmente, também! Hoje em dia, qualquer pessoa está apta a desempenhar a função de curador do seu próprio espaço, iniciando-se como colecionador de obras de artistas emergentes, adquiridas a preços muito convidativos.
Ideias-chave sobre investir em arte:
- A crise pode ser uma boa altura para investir em arte: é nestas alturas que muitas peças de qualidade são postas à venda, e por preços bastante atrativos;
- Não apliques dinheiro de que poderás necessitar brevemente! Tal como já frisámos, a arte é um investimento a longo prazo, que só rentabiliza, hipoteticamente, alguns anos depois do seu investimento inicial;
- Compra obras de que realmente gostas. A arte pode ser um investimento a médio/curto prazo, mas, caso ela nunca valorize, corres o risco de ficar com uma obra para a qual nem consegues olhar;
- Ter em casa várias peças de arte de nomes sonantes não significa necessariamente que se tem uma coleção valiosa. Mesmo os artistas de maior renome passaram por fases menos felizes, e nem todos os seus trabalhos têm potencial de valorização;
- Dica de Especialista: as compras meramente baseadas no preço podem não ser a melhor opção! A paixão e a inteligência na compra criam, na maioria das vezes, coleções com maior longevidade;
- Principalmente para quem está a dar os primeiros passos na compra de obras de arte, é essencial a aprendizagem. Ler publicações especializadas, visitar exposições de arte, conhecer galerias, ter curiosidade de saber mais sobre técnicas e materiais, são condições importantes para se ganhar confiança e mais à vontade no momento de decisão.
- Ainda assim, não te aventures por terras totalmente desconhecidas! Aconselha-te junto de alguém que realmente conheça e perceba de arte, para ter certeza que não acabas a “comprar gato por lebre”.
- Certifica-te sempre da autenticidade da obra que estás a comprar!
- A condição da obra de arte é, obviamente, fundamental. Talvez aquele risco na tela não tenha sido uma forma de o autor dar um toque de contemporaneidade ao seu trabalho, mas sim causado por um mau armazenamento ou transporte do trabalho,
- Já mencionámos algumas vezes neste texto, mas não nos cansamos de referir a principal key para o sucesso do investimento em arte: COMPRA E INVESTE COM PAIXÃO.